(1 Co 15:45)
No princípio (antes de Gn 1:2), Deus criou os céus, a terra e os primeiros seres de uma forma muito bela e entregou a administração dessa primeira criação a um arcanjo, que foi constituído como primeiro ministro de Deus. Esse arcanjo estava no Éden, jardim de Deus, e era perfeito em seus caminhos (Ez 28:15). Deus, provedor de todas as coisas, deu-lhe sabedoria e diversas habilidades para administrar o universo (Ez 28:13-14). Seu nome era Lúcifer, cujo nome significa “estrela da manhã e filho da alva” (Is 14:12). Contudo, Lúcifer orgulhou-se de sua formosura e de sua capacidade, o que gerou nele um sentimento de ambição e insatisfação com a posição que ocupava, por isso ambicionou uma posição semelhante à de Deus (Is 14:13-14). Ao rebelar-se contra o Criador, tornou-se o adversário de Deus, Satanás, arrastando consigo uma terça parte dos anjos, que seguiram sua rebelião (Ap 12: 4,9). Por causa disso, Deus julgou a primeira criação, lançando para a terra não só Satanás, mas também os anjos que se rebelaram. Deus também julgou e extinguiu os seres daquela época, inundando através das águas dos mares a terra, tornando-a sem forma e vazia, sendo que as trevas cobriam a face do abismo (Gn 1:2). Então, Satanás se tornou o príncipe desse mundo (Jo 14:30).
Soberania de Deus
Graças ao Senhor, o Espírito de Deus pairava por sobre as águas (Gn 1:2b), haja vista que Deus não criou a terra para ser um caos, mas para ser habitada (Is 45:18). A partir de Gênesis 1:3, vemos como Deus deu início a recriação ou restauração da obra divina. Ele recriou o mundo em seis dias e no sétimo dia descansou. No último dia da recriação (6º dia), o Senhor criou sua mais importante obra — o homem. “E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1:27-28). Portanto, Deus criou o homem e a mulher para restabelecer o reino de Deus na terra. Essa é a missão para a qual Deus nos criou. As demais coisas que foram feitas por Deus, sempre com perfeição, são para o sustento e o deleite do homem.
Espírito
Do pó da terra foi feito o homem e o Senhor soprou em suas narinas o fôlego de vida, que é o espírito humano, tornando o homem um ser tripartido: com corpo, alma e espírito (Gn 2:7). O espírito foi criado para conter o Espírito de Deus, pois Deus é Espírito (Jo 4:24), portanto toda a vez que, em espírito e em verdade, invocamos o nome do Senhor, o Espírito de Deus entra em nós, dando-nos a vida de Deus, que é fundamental para nos edificar como casa espiritual em Jesus Cristo, a Rocha da nossa salvação (Sl 95:1). “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2:4). Assim disse o Senhor: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha (Mt 7:24-27)
Alma
A alma possui três partes: mente, emoção e vontade, as quais são controladas pela consciência do homem (Sl 13:2; 42:1; 139:14). É por meio da consciência que Deus entra na alma, a fim de que o homem possa ter acesso à mente de Cristo, participar do bom prazer do Senhor e cumprir a vontade de Deus. A consciência, portanto, é uma das partes do espírito do homem, juntamente com a comunhão e a intuição. Sabendo Satanás que o homem foi criado com a missão de restabelecer o reino de Deus, na terra, e que Deus habita no espírito do homem e que a consciência do homem controla a sua alma, Satanás articulou a queda do homem ao induzir Adão e Eva a comerem da árvore proibida do bem e do mal, para que a alma do homem passasse a ter vida própria, autônoma, independente do espírito do homem, “porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn 3.5-6).
Salvação
“Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5:12). Contudo, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Jesus morreu por nós para nos dar vida e vida em abundância (Jo 10:10). Após ter Jesus entregue o seu espírito, na crucificação, um soldado trespassou com uma lança o lado de Jesus, por onde saiu sangue e água (Jo 19. 34). O sangue redime nossos pecados, enquanto a água é o Espírito de vida, a semente incorruptível que entrou no nosso espírito, regenerando-o. Então, não precisamos nos preocupar com o nosso espírito, porque já está salvo, contudo o Senhor pede para estarmos atentos à nossa alma: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26:41). O fim da nossa fé é, pois, a salvação da nossa alma (1 Pe 1:9). Sendo dom de Deus, “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11:1).
Negar a si mesmo
Por sermos descendentes de Adão, nós temos a natureza adâmica, ou seja, temos também a vida da alma, que precisa ser negada constantemente, já que é o meio pelo qual Satanás nos faz pecar. “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4.7) No evangelho da graça, Cristo redimiu nossos pecados, mas em relação ao evangelho do reino, o principal adversário de Deus é a vida da alma, o grande aliado de Satanás.
O nosso coração é composto por nossa consciência e alma. Precisamos nos arrepender para restaurar a nossa consciência e ela influenciar a nossa alma. Por isso que temos de buscar uma consciência pura, uma boa consciência, a fim de negar a vida da alma. “ Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:8).
Fonte: Ráfio árvore da vida